Quanto vale a paz com Deus? Quanto você pagaria para poder deitar-se e dormir tranquilamente ao pensar em Deus, na morte e em sua condição perante ele? Quanto você daria pelo descanso? Que você daria para poder olhar com alegria para o justo Juiz no dia do juízo, sabendo que tudo está bem ?
Aproximo-me do trono do juízo. Minha hora chegou. Estou confiante, pois levo comigo uma grande apresentação das coisas boas que fiz na vida. Também tenho um registro extenso das recomendações que acumulei durante a vida. Confio que as orações dos fiéis e de meus amigos servirão para encobrir as “faltas” que eu também cometi. Sim, o justo Juiz reconhecerá tudo isso e não me condenará.
De repente, um sentimento de incerteza surge em mim. E se alguma coisa estiver faltando? E se o que eu trago não for suficiente para convencer o Juiz de que sou digno? E se o pagamento que eu trago não for suficiente? E se o Juiz nem reparar no que tenho comigo e, em vez disso, me perguntar sobre o orgulho, a ambição e o egoísmo que existem em meu coração? E se o juiz vir…?
À medida que me aproximo do trono, a incerteza aumenta até se tornar um horror terrível. Os olhos penetrantes do Juiz perscrutam tudo o que trago, vendo até mesmo os pensamentos e as intenções do meu coração.
Agora ouço o Juiz perguntar-me com voz imponente: “O que você traz como prova de sua salvação?”
Estendo a mão para lhe entregar o que tinha preparado, mas tudo se dissipou como a neblina. De repente, vejo nas mãos do Juiz as cicatrizes dos pregos e lembro-me… Como uma flecha, o significado daquilo me atravessa a mente: o sangue… o sangue do Cordeiro de Deus. O preço que ele pagou por minha redenção é a garantia da paz com Deus… E é aquilo que eu rejeitei enquanto vivi. Eu não dei importância à fé no sangue de Cristo para me aproximar de Deus. Eu não obedeci à verdade que me dizia que eu necessitava ser lavado nesse sangue. Eu segui o caminho da autoconfiança, enganando a mim mesmo.
A realidade de meu erro me golpeia com força e me enche de terror. Mas é tarde demais para…
Prezado leitor, neste artigo queremos indicar o único caminho para Deus, o único caminho para a salvação da alma. Queremos analisar a única coisa que dará total confiança a qualquer pessoa no dia do juízo. É um preço impossível a qualquer ser humano pagar a fim de obter a paz com Deus.
Falamos de paz, mas não do tipo que se sente ao contemplar a beleza de um lindo pôr do sol. Não estamos falando da paz que a abundância de dinheiro ou de comida trazem, nem daquela que as nações buscam com tanto esmero. Também não se trata da paz que as pessoas buscam sentir em si mesmas, alcançada por meio da psicologia ou de frases de efeito que as fazem se sentir melhor apesar dos problemas. A paz a que nos referimos é muito diferente e muito mais importante. É a paz com Deus.
O que significa não ter paz com Deus? Você sabe o que é não conseguir dormir por causa do medo da morte? Você já sentiu o que é ter medo por pensar em encontrar-se com Deus no dia do juízo? Adão e Eva esconderem-se com medo quando ouviram a voz de Deus procurando-os (Gênesis 3:8). Por causa do pecado, eles tinham perdido a paz com Deus, a qual foi substituída por medo. A Bíblia descreve a pessoa que não tem paz como “o mar bravo, porque não se pode aquietar, [cujas] águas lançam de si lama e lodo” (Isaías 57:20).
Senhor, quanto vale a paz da minha alma?
Qual é o preço do perdão?
Senhor, bastariam dez mil sacrifícios,
Em resgate pela minha rebelião?
“O resgate da tua alma, meu filho,
O homem jamais conseguirá:
É o sangue precioso de Cristo,
Do Cordeiro imolado de Deus.”
Senhor, não há prata que redima a minha alma?
Não haverá preço humano nem angelical?
Senhor, é impossível com o braço do homem
Redimir a minha alma da maldade?
“O resgate da tua alma, meu filho,
O homem jamais conseguirá:
É o sangue precioso de Cristo,
Do Cordeiro imolado de Deus.”
Senhor, hoje eu aceito o preço da minha alma:
Em teu sangue eu tenho liberdade.
Pagaste a grande dívida da minha alma.
Eu te louvo; em ti tenho paz!
No teu precioso sangue, ó Cristo,
Vejo o preço de um amor sem igual;
Tu me limpaste, redimiste-me;
Te louvo! Em ti eu tenho paz.
—Pablo Schrock
O salmo 38 descreve claramente o que é não ter paz. Primeiramente, descreve a ira e o furor de Deus contra aquele que pecou. Note nesse salmo como a culpa pelo pecado é um fardo pesado e causa sofrimento em todo o ser do pecador. A culpa perante Deus causa um tormento realmente sufocante. Como será para o pecador enfrentar o juízo de Deus com uma lista de pecados contra si? Para muitos, isso já é uma realidade, e deveria fazer tremer aquele que ainda não está bem com Deus.
Para você, quanto vale a paz com Deus? Quanto você pagaria para poder deitar-se e dormir tranquilamente ao pensar em Deus, na morte e em sua condição perante ele? Quanto você daria pelo descanso do qual Jesus fala em Mateus 11:28–30? O que você daria para poder olhar com alegria para o justo Juiz no dia do juízo, sabendo que tudo está bem (2 Pedro 3:14)? Se pudesse, você perguntaria ao homem rico sobre o tormento no Hades (Lucas 16:19–31), perguntaria se não seria melhor ter assegurado a paz com Deus antes de morrer. Ou, se você pudesse perguntar ao endemoninhado gadareno (Marcos 5:1–20) sobre o contraste entre ser atormentado por demônios e a paz que passou a desfrutar depois deter sido libertado por Jesus, o que será que ele diria? Temos certeza de que essa paz vale mais do que todas as riquezas do mundo. Na verdade, a paz com Deus ultrapassa todo o entendimento (Filipenses 4:7).
Mas como essa paz pode ser obtida? Haverá um preço que um ser humano consiga pagar a fim de alcançá-la? Os homens dizem que há paz entre eles por meio de diálogo, de acordos, de perdão e de aperto de mãos. Mas e a paz com Deus?
Há um problema a ser considerado quando falamos em obter a paz com Deus, e é um problema sério, muito sério. O problema é que é humanamente impossível obtê-la. Deus não é o culpado por isso – os homens é que têm a culpa. Isaías 59:2 diz: “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”. O diálogo e os acordos com Deus são impossíveis, porque cortamos o contato com ele por causa dos nossos pecados. Ninguém pode pagar por eles, porque seu preço é elevado demais para qualquer pessoa – é impossível pagá-lo.
A Bíblia fala muitíssimas vezes do fato de que o preço da paz com Deus é muito superior àquilo que qualquer ser humano poderia pagar. Veja os seguintes versículos:
“Com que me apresentarei ao SENHOR, e me inclinarei diante do Deus altíssimo? Apresentar-me-ei diante dele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, ou de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu ventre pelo pecado da minha alma?” (Miquéias 6:6–7).
“Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos” (Salmo 51:16).
“Aqueles que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele (pois a redenção da sua alma é caríssima, e cessará para sempre)” (Salmo 49:6–8).
“Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mateus 16:26).
Mateus 18:23–35 registra a parábola do servo que devia a seu senhor dez mil talentos (aproximadamente o salário de 17 mil anos de trabalho), uma dívida que lhe era impossível pagar. No versículo 34, lemos que o servo é entregue aos verdugos “até que pagasse tudo que lhe devia”. Pense: quem pode pagar uma dívida estando na prisão, gravemente ferido pelos açoites dos verdugos? Essa parábola implica claramente que todos os homens (você e eu!) trouxeram sobre si um problema sem solução e o garantido destino eterno no lago de fogo. E ali nunca será possível pagar o preço necessário a fim de obter paz, nem haverá diminuição da dívida da maldade do homem.
Quando alguém compreende essa verdade sobre sua condição, é levado a compreender também outra verdade muito importante: a solução para o problema insolúvel, o preço que foi pago pela paz com Deus. Encontramos essa verdade em 1 Pedro 1:18–20, 22:
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; (…) purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade.”
Vejamos alguns detalhes nessa passagem que mostram quão precioso é o sangue de Cristo e qual foi, de fato, o preço da nossa paz com Deus:
Se o preço da paz com Deus é tão alto, como não o devemos estimar? Como é possível algumas pessoas serem tão despreocupadas e darem tão pouca importância à salvação? Elas ainda pensam que podem se fiar em outro meio pelo qual sejam salvas? Será Deus injusto se castigar no fogo eterno aquele que despreza o preço que ele mesmo já pagou? Nem agora nem nunca haverá outro sacrifício que seja suficiente para a redenção da alma dos homens (Hebreus 10:26–29).
Em conclusão, queremos dizer: ter paz com Deus é extremamente importante. É a única forma de as pessoas enfrentarem a morte e o juízo final com confiança. Caso você ainda não tenha paz com Deus, levante os olhos pela fé para o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Obedeça à verdade, para que o sangue de Cristo purifique verdadeiramente sua alma.
Graças a Deus pelo sangue de Cristo, o preço pago para usufruirmos, por toda a eternidade, da paz!