Os valores do reino de Deus e os valores do mundo são irreconciliáveis, como o dia é da noite. Por esta razão, o integrante do reino de Deus precisa experimentar uma mudança em seu estilo de vida. No reino de Deus, os valores nascem de um coração santificado que se alinhou com o caráter de Deus.
Hoje em dia as pessoas se queixam que a condição moral da nossa sociedade se degenerou. A violência, a corrupção, a perversão sexual, o uso de drogas, e muitos outros males nos assediam. Ouve-se dizer que a juventude é culpada de muitos destes males. Mas, se esquecem que a conduta da juventude não é nada mais do que o reflexo dos valores dos pais. Quando os pais perdem ou rejeitam os valores morais e cristãos, já não os transmitem a seus filhos. Tudo o que estamos vendo hoje em dia é o resultado desta falta grave. Onde não há temor a Deus, os valores que Deus estabeleceu são desprezados. O resultado é a depravação.
Quando falamos de valores, nos referimos àqueles princípios ou qualidades morais da consciência que controlam a conduta. São as qualidades morais que abraçamos e que nos estimulam a atuar de maneira correta. Aquilo que consideramos de importância e o transmitimos aos nossos filhos, estes são nossos valores.
O príncipe deste mundo tem se dedicado à destruição do reino de Deus. Nesta guerra enfurecida, um dos seus principais objetivos é o de destruir de maneira astuta todo valor e fundamento estabelecido por Deus. Junto com isso, ele busca impor valores invertidos e perversos. De acordo com 1 João 2:16, os valores deste mundo se resumem na “concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida”. Estas qualidades impulsionam a nossa sociedade em tudo o que faz.
Consideremos as pessoas de maior influência no mundo de hoje: os atores de cinema, os esportistas, os cantores, os políticos, as pessoas que controlam os meios de comunicação, etc.. A grande maioria tem valores morais muito baixos. No entanto, esses são os heróis dos filhos da nossa sociedade e a sua maneira de pensar e atuar é o modelo que estes filhos seguem.
Por outro lado, os filhos de Deus têm experimentado uma transferência de reino. “[Deus] nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”(Colossenses 1:13). “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo…” (2 Coríntios 6:17). Temos saído deste mundo (reino) governado pelo príncipe das trevas. Pela fé, temos sido transferidos para o reino de Deus, e voluntariamente nos sujeitamos ao comando do novo rei, Jesus Cristo.
Quando ingressamos neste reino, Deus começa uma obra em nós com o propósito de transformar-nos na “imagem de seu Filho”, Jesus (leia Romanos 8:29). Esta transformação ocorre à medida que o Espírito Santo efetua em nós uma mudança de mentalidade. “Não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento” (Romanos 12:2). Quando o nosso entendimento é renovado, também ocorre uma mudança de “VALORES”. Adotamos os valores do reino de Deus.
Os valores do reino de Deus são a expressão do santo caráter de Deus. Ao estabelecer esses valores para seu povo, o propósito de Deus é produzir em nós o seu próprio caráter. “Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pedro 1:16). Desta maneira, Deus consegue fazer com que o mundo veja em nós como ele mesmo é (leia João 1:18 e João 20:21). O mundo verá a Deus através da nossa vida, se vivemos segundo os valores do nosso Deus.
Os valores do reino de Deus são praticados na vida diária, e regulam a nossa conduta de maneira clara. Hoje em dia há quem queira nos dizer que o importante é crer nos valores cristãos. Mas, a nossa aceitação destes valores tem que converter-se numa conduta diferente da conduta do mundo. A prova daquilo que 5cremos está nos nossos atos (leia Tiago 2:14, 18 e 20).
Já dissemos que os nossos valores se transformam quando ingressamos no reino de Deus. Notemos alguns dos valores que o Rei Jesus estabelece em seu reino. Vejamos também o claro contraste entre os valores do reino de Deus e os valores do mundo.
Em Mateus 5:21-22, Jesus nos disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás… Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo…”. O mundo não dá importância ao estado do coração (ira, ódio, ou rancor), mas, na agressão física e na violência contra outra pessoa. Mas, no reino de Deus, aquele que se irar já estará sob juízo. Segundo os valores do mundo temos todo o direito de nos irar quando alguém nos ofender. Mas, o Rei do reino de Deus é o Príncipe da paz (leia Isaías 9:6). Ele nos ensina a reconciliar-nos com os nossos adversários o mais rápido possível (leia Mateus 5:25). Romanos 12:18, diz: “Se for possível, quando estiver em vós, tende paz com todos os homens”. Deus nos enviou ao mundo com “o ministério da reconciliação” (2 Coríntios 5:18- 20). O plano de Deus é que o seu povo ofereça paz e reconciliação em vez de ira e destruição. Como necessitamos que a paz de Deus domine o nosso coração (leia Colossenses 3:15) e guarde o nosso coração e os nossos pensamentos (leia Filipenses 4:7)!
Em Mateus 5:38-39, Jesus disse: “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra”. Os valores do mundo nos ensinam que se alguém nos fizer um mal, devemos nos vingar. Essa pessoa precisa pagar pelo que fez! Porém, Deus nos diz: “Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber… vence o bem com o mal” (Romanos 12:19-21). Nosso Rei é amor (leia 1 João 4:16), e na sua graça, ele estende o seu amor a justos e injustos. Por isso, nós, seu povo, devemos mostrar esse amor até mesmo aos nossos inimigos (leia Mateus 5:44-45). A arma mais poderosa que o reino de Deus possui é o amor.
Em Mateus 5:27-28, Jesus disse: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”. Os valores da libertinagem e dos prazeres que o mundo abraça incentivam o indivíduo a aproveitar as oportunidades sexuais que se apresentam. Mas no reino de Deus não é assim; a fidelidade e a pureza são valores primordiais. Exigem da pessoa o cumprimento do compromisso matrimonial e o respeito para com seu cônjuge. Quando ocorre a ruptura de um casamento, estes valores obrigatoriamente terão sido rejeitados e violados
A pureza sexual não é somente importante dentro do casamento, mas também na vida da pessoa solteira que faz parte do reino de Deus. Os solteiros fiéis têm o cuidado de serem santos tanto no corpo como no espírito (1 Coríntios 7:32 e 34). Sempre se lembrarão que o seu corpo é o templo do Espírito Santo e por isso, fugirão da prostituição em todos os aspectos da sua vida (1 Coríntios 6:17-20).
Escutemos as palavras do nosso Rei em Mateus 5:34-37: “Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis... Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.”
Na nossa sociedade são comuns a mentira e o engano. Todos sabem que as pessoas mentem. Com esta mentalidade o juramento é importante para assegurar-se que a pessoa diga a verdade em determinadas situações. Mas no reino de Deus, a honradez é uma qualidade moral que modela a consciência e a conduta do homem. Nosso Rei não pode mentir (leia Números 23:19). Sua própria existência é verdade (leia João 14:6). Aqueles que fazem parte deste reino falam a verdade porque se despiram “do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Colossenses 3:9-10).
Como nos outros valores que vimos, há uma grande diferença entre os valores do mundo e os do reino de Deus quando se trata do uso do dinheiro. As riquezas, o prazer, a fama, uma vida fácil e o prestígio são objetivos que caracterizam os valores do mundo (leia Lucas 8:14). O cidadão do reino de Deus humildemente maneja as suas finanças de maneira que honrem ao Rei eterno. Usa o dinheiro para prover as suas necessidades e servir ao próximo (2 Tessalonicenses 3:12; Efésios 4:28).
Como já vimos, os valores do reino de Deus e os valores do mundo são irreconciliáveis, como o dia é da noite. Por esta razão, o integrante do reino de Deus precisa experimentar uma profunda mudança em seu estilo de vida. Antes, os seus motivos eram egoístas; defendia seus interesses e direitos em primeiro lugar. Agora são motivados por um amor nascido de um coração limpo. Antes, na melhor das hipóteses, controlavam unicamente seus atos sem uma mudança de seu coração pervertido. Agora, os motivos do coração são tão importantes como a sua maneira de agir. No reino de Deus, os valores nascem de um coração santificado que se alinhou com o caráter de Deus.
Não nos enganemos; o reino de Deus é um reino real. Tem um Rei, um domínio e cidadãos que se apegam às regras do citado reino. Aqueles que não vivem segundo os valores do reino não fazem parte dele. Os verdadeiros súditos do reino de Deus viverão segundo os valores que o Rei estabeleceu.